Escolhas e Renúncias

J.League Insider
3 min readSep 12, 2024

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Yutaka Michiwaki, emprestado pelo Roasso Kumamoto ao SK Bereven-BEL

Você que nos acompanha aqui no Medium, já percebeu que o foco dos nossos textos mais recentes tem sido um ataque à falta do plano de carreira dos jovens japoneses em nome do sonho de atuar na Europa.

Desta vez temos a confirmação de uma tendência, as seleções de base do Japão observam mais a Prince Takamado Premier League, a liga de base do Japão, do que qualquer outro campeonato. É um grande sinal para os jovens jogadores que deixam o Japão antes de completarem 20 anos.

Na lista de convocados para a Copa da Ásia sub-20, todos os jogadores convocados atuam no Japão, sendo que 5 atletas são jogadores de times universitários.

É claro que você pode usar o argumento da permissão do clube europeu para o jovem atleta, mas eu digo a você que o fator premissão é justamente considerado como uma renúncia feita pelo jogador ao deixar o Japão rumo à Europa tão cedo.

Yutaka Michiwaki e Keita Kosugi são doi exemplo flagrantes e que ficaram ausentes da convocação. O primeiro está emprestado pelo Roasso Kumamoto ao SK Beveren, da segunda divisão belga (lembram de alguém?), enquanto o segundo foi comprado da base do Shonan Bellmare e já atua pelo Djurgarden, da Suécia.

Quando um atleta jovem faz a opção de ir para a Europa apenas por ir, escolhendo uma liga menor e com menos visibilidade, ele escolhe realizar o sonho de atuar na Europa, mas abre mão de frequentar as seleções de base.

Como sabemos, o Japão é uma das seleções do mundo que mais aproveita o trabalho das seleções de base e a porcentagem de atletas que passam pelas categorias inferiores e, futuramente, integram a seleção nacional é muito grande, mais de 80%.

Dos 19 jogadores abaixo dos 23 anos que participaram dos Jogos Olímpicos de Tokyo 2020, todos tiveram pelo menos uma convocação para a seleção principal e apenas dois não possuem mais de 3 partidas pelo time principal. Da lista de 2016, apenas 5 atletas não foram convocados para a principal.

Outro grande exemplo envolvendo a seleção olímpica é que na última convocação de Moriyasu (7–0 na China e 5–0 no Bahrein) haviam 15 atletas convocados e que estiveram na lista de 2020, além de Takuma Asano e Takumi Minamino, que estiveram em 2016. (Endo esteve em 2016 e 2020).

Apenas 8, dos 27 atletas que foram convocados na última lista, não participaram de uma olimpíada pela seleção japonesa, mas haviam 2 atletas convocados por Go Oiwa para Paris. Kota Takai e Mao Hosoya.

O Japão é um dos países que melhor trabalha a integração das gerações e melhor trabalha as seleções de base, é claro que Michiwaki e Kosugi deverão retornar em listas futuras, assim como Kento Shiogai e Rento Takaoka também não devem ficar de fora das seleções de base, mas perder uma competição tão importante quanto a Copa da Ásia, parece não ser a melhor das ideias pensando em chegar ao time principal, ou chamar a atenção de grandes clubes europeus.

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